Para melhorar esse desempenho, o Mapa Estratégico do Comércio 2014-2020 destaca a importância da profissionalização.
Nos últimos dez anos, o crescimento médio do comércio
brasileiro superou o do Produto Interno Bruto (PIB), informaram ontem
(17) a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ)
e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Mapa Estratégico do Comércio
2014-2020. Enquanto o PIB do país avançou em média 3,6% de 2002 a 2012, o
valor adicionado bruto do setor aumentou 4,5%.
De acordo com o estudo, o comércio, os serviços de informação, as
atividades imobiliárias e outros serviços contribuíram com 37,9% do PIB
brasileiro em 2010, com um total de R$ 1,223 trilhão. Desse valor, R$
404 bilhões corresponderam apenas ao comércio.
A receita bruta de revenda de mercadorias saiu de R$ 1,747 trilhão em
2007 para R$ 2,488 trilhões em 2011, após uma taxa média real de
crescimento de 9,2% ao ano. Naquele ano, 53,1% da receita foram gerados
no Sudeste; 19,2%, no Sul; 14,9%, no Nordeste; 9,2%, no Centro-Oeste; e
3,5%, no Norte. Por unidade federativa, o maior crescimento foi
registrado no Tocantins, onde a variação média anual chegou a 16,3%.
Ainda no ano de 2011, cerca de 70% dos estabelecimentos do país eram do
comércio de bens, serviços ou turismo, informa o estudo, com base em
dados da Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho
e Emprego. Em números absolutos, eram 4,9 milhões de estabelecimentos,
50,8% deles no Sudeste. No Sul, estavam 21,6%. Depois, vêm o
Centro-Oeste (7,6%) e o Norte (3,8%).
Apesar de o Nordeste ter 16,3%, a região teve uma média anual de
empresas criadas maior do que o Sul. Foram 24.302 por ano entre 2006 e
2011, contra 15.838 no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
O Sudeste também lidera nesse aspecto, com 58.784.
O comércio registra uma taxa maior de fechamento de empresas nos dois
anos seguintes ao da criação, tomando como ano inicial 2007. Enquanto em
todos os setores a média é 38,7%, no comércio é 38,9%.
Nas empresas comerciais que não têm funcionários, a taxa chega a 45,6%, contra 45,2% dos estabelecimentos em geral.
Já quando são analisadas as empresas com de uma a nove pessoas ocupadas,
nos outros setores os fechamentos chegam a 20,1%, enquanto no comércio
ficam em 19,9%. Entre os estabelecimentos com dez ou mais empregados,
esses negócios têm taxa de 9,9%, contra 11,9% de todos os setores.
Para melhorar esse desempenho, o Mapa Estratégico do Comércio 2014-2020
destaca a importância da profissionalização. “[É] um dos fatores que
impactam diretamente no desempenho do setor, qualificando a tomada de
decisão e o tornando mais forte e competitivo. Para tal, a
profissionalização deve colocar em pauta iniciativas de fomento à
formação e qualificação da gestão."
Outros objetivos estratégicos para favorecer o setor são, segundo a
Fecomércio-RJ e a FGV, o fortalecimento da estabilidade macroeconômica e
uma melhor distribuição de renda, com promoção social dos beneficiários
de programas do governo, por meio de investimentos em educação básica e
qualificação. "Tais programas [de capacitação] são facilitadores para
que esta parcela da população se insira no mercado de trabalho,
tornando-se um mecanismo importante para o crescimento sustentado de
acesso a Bens e Serviços".
Aumentar a competitividade em rankings internacionais e elevar os
investimentos públicos no setor também são medidas destacadas pela duas
entidades.
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