O secretário geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, fez nesta segunda um chamado a intensificar os esforços para
acabar com os resquícios de escravidão que ainda existem no mundo e a
refletir sobre as consequências contemporâneas dessa tragédia.
O titular da
ONU comemorou assim o Dia Internacional em Memória das Vítimas da
Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos (25 de março).
Em uma
mensagem escrita para a ocasião, Ban Ki-moon relembrou as 15 milhões de
pessoas submetidas a esse flagelo humano durante mais de 400 anos.
Foram
africanos e pessoas de descendência africana submetidas a essa
brutalidade e que continuam sofrendo suas consequências, apontou ao
destacar a necessidade de não esquecer "esse crime mundial de lesa
humanidade".
Denunciou a
tortura, as violações e o assassinato de homens, mulheres e crianças
inocentes, famílias destruídas, as vidas desarraigadas e as horrorosas
condições de vida nos navios negreiros e nas plantações.
"O tempo não pode enterrar esses ultrajes no esquecimento. Temos que avaliá-los, entender e condená-los", insistiu.
Ban Ki-moon
falou que o combate a manifestações contemporâneas de escravidão,
racismo, discriminação racial, xenofobia e outras formas de intolerância
deve continuar.
Esta
segunda-feira é o último dia de uma semana de atividades que incluiu a
exposição de cópias da Proclamação da Emancipação dos Estados Unidos,
assinada por Abraham Lincoln, e da décima terceira Emenda constitucional
(abolição da escravatura).
Também foram
realizados um painel intitulado Livres para sempre para comemorar a
emancipação, apresentações de livros sobre o tema, uma "noite cultural e
culinária" e um concerto.
Este ano
diversos países comemoram o aniversário da abolição da escravatura, como
Haiti (220), Canadá, os países da Federação das Índias Ocidentais
Britânicas e o Cabo da Boa Esperança (180), França (165), Argentina
(160), as colônias holandesas (150) e Brasil (125).
Assim como se
comemoram 150 anos da Proclamação da Emancipação dos Estados Unidos
que, no dia 1 de janeiro de 1863, declarou a liberdade de todas as
pessoas mantidas como escravos.
Atualmente, a
ONU está dedicada a construir um Memorial em homenagem às vítimas da
escravidão na sua sede de Nova York, com um custo de quatro milhões 500
mil dólares.
A ONU também
comemora todo dia 2 de dezembro o Dia Internacional para a Abolição da
Escravidão, em homenagem ao mesmo dia de 1949, quando foi aprovada a
Convenção para a Supressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da
Prostituição de Outrem.
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