Pessoas
que investiram no TelexFree, sistema de vendas de crédito para uso de
telefone via internet (Voip, em inglês), seguem sem saber o futuro do
negócio. Alvo de denúncia do Ministério Público (MP) dos estados do
Acre, Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso, além de procons, delegacias,
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Banco Central, o
serviço que promete ganhos semanais mínimos da ordem de R$ 800 é acusado
de prática de esquema de pirâmide financeira. No Brasil, com o maior
número de usuários do serviço no mundo (cerca de 90%), quem responde
pela multinacional é a Ympactus, que tem sede em Vitória (ES). Na Bahia,
muitas pessoas seduzidas pela facilidade de lucros
rápidos já investiram na empresa, tanto no interior como na capital.
Gisele Santos*, 31 anos, natural de Ipirá, no centro-norte baiano, disse
que na sua cidade “quem não entrou é porque não tem dinheiro”. Ela
adquiriu a franquia em fevereiro com o pagamento de R$ 2.750 por um
contrato de um ano, como é estabelecido o acordo. O valor de adesão
varia com a cotação do dólar americano e o plano ADCentral Family, pelo
qual Gisele escolheu, é cobrado por US$ 1.375. Por dia, ela tem que
postar cinco anúncios. Um período de 24h sem publicidade provoca a perda
de R$ 200, segundo ela. “Estou rezando para que isso não passe de uma
rede de boatos. Quando também eu consegui o que foi investido, vou sair
na hora”, comentou, em entrevista ao Bahia Notícias. Já Antonio Bispo*,
28, e conterrâneo de Gisele, tem uma posição otimista sobre o futuro da
TelexFree. O comerciante disse que a onda é tão favorável que passou a
prospectar parceiros em cidades vizinhas. “A maioria das pessoas de
minha equipe é de fora”, afirmou. Hoje, ele conta com 40 pessoas e chega
a tirar por mês de R$ 1.000 a R$ 1.500. Antonio disse também que não
acredita que o negócio seja interrompido e pensa até em aumentar os
lucros. Mais cauteloso, José Gomes*, 35, que trabalha como administrador
de empresas em Salvador, espera pelo desenrolar dos acontecimentos. “Se
houver alguma determinação do MP ou de alguma instância superior da
Justiça dizendo que é uma fraude, aí eu vou repensar”, opinou. Gomes
relatou que conferiu a situação da Ympactus no cadastro da Receita
Federal e, segundo ele, a companhia é regular. “Enquanto empresa de
direito privado, ela não tem nenhum ponto que a impeça de operar”,
pontuou. O jornalista Luís Nassif classificou o suposto esquema como o
"golpe do século" no país em sua página na internet. Matéria do IG diz
que a Polícia Federal suspeita que o caso seja de estelionato, o que
seria da competência investigativa das polícias civis dos estados.
Procurado pela reportagem, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), disse
que acompanha o caso através de denúncia do promotor Ivan Machado, que
integra o Nucider (núcleo de combate aos crimes cibernéticos), mas ainda
não finalizou as investigações.
*Nomes fictícios para preservar a identidade das fontes.
* Lembrando que nada do que foi escrito por Luis Nassif pode se provar ainda.
*Nomes fictícios para preservar a identidade das fontes.
* Lembrando que nada do que foi escrito por Luis Nassif pode se provar ainda.
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